No Dia Mundial da Fibromialgia, o
médico reumatologista Milton Helfenstein Jr., de São Paulo, afirma que a
doença pode ser controlada com uso de remédios, como analgésicos e relaxantes
musculares. É necessário também praticar atividades físicas como caminhada,
hidroginástica, natação e alongamentos, tanto para obter um condicionamento
físico quanto para perder ou manter o peso adequado.
— A fibromialgia não é um motivo para
o paciente se isolar socialmente. Tudo é uma questão de compreensão, mudança de
estilo de vida, atitude positiva, além do acompanhamento médico e aderência ao
tratamento recomendado.
Segundo o médico, quem sofre com a
doença, além da dor, sente cansaço, sono não reparador (diversos distúrbios do
sono que fazem o paciente sair da cama cansado), distúrbios de concentração e
memória, e até cefaleia, tontura, sensação de inchaço, palpitação, dormências
nos membros e transtornos do humor. Apesar da alta prevalência em mulheres da
faixa etária de 30 a 60 anos, a doença também atinge homens e jovens.
— Existem casos de filhos de mulheres
fibromiálgicas apresentarem os sintomas da doença antes mesmo dos 18 anos. O
que se sabe é que a doença é oito vezes mais frequente em mulheres do que em
homens e, em número de pessoas atingidas, a prevalência chega até 10% em alguns
países e 2,5% da população brasileira.
Clima úmido, tensão, sedentarismo,
postura incorreta, depressão, ansiedade e problemas emocionais são alguns dos
fatores que contribuem para o agravamento do quadro da fibromialgia.
— Por conta de todos esses fatores, é
essencial que aqueles que convivem com quem tem a doença tenham uma postura
positiva. Isso ajuda tanto os pacientes, que se sentem mais motivados a seguir
as orientações médicas, quanto o próprio relacionamento, evitando desgastes que
podem contribuir para a piora do quadro.
Outro fator que deve ser levado em
conta é o grau de desconhecimento da síndrome, inclusive por alguns médicos. De
acordo com a pesquisa do Instituto Harris Interactive, até o momento do
diagnóstico a fibromialgia é uma condição desconhecida para 70% dos pacientes
brasileiros.
O levantamento também destaca que, no
Brasil, 98% dos pacientes concordam que a fibromialgia é uma doença que não se
conhece bem, enquanto que 77% dos clínicos gerais e 84% dos especialistas
acreditam que a enfermidade não é muito conhecida, inclusive, entre os próprios
médicos.
A doença
A fibromialgia é uma síndrome causada
por problemas no caminho percorrido pelos sinais dolorosos no organismo. O
principal sintoma é a dor difusa e generalizada por todo o corpo. Segundo o
reumatologista o que ocorre é que o sistema de comunicação da dor nesses
indivíduos trabalha de forma excessiva ou interpreta erroneamente um estímulo
pouco doloroso, como sendo muito doloroso.
— Pessoas que convivem com
fibromiálgicos podem ter dificuldade de aceitar suas limitações, imaginando que
a dor é apenas psicológica. Mas elas são verdadeiras e percebidas com moderada
ou forte intensidade, fazendo com que um estímulo leve seja sentido como
doloroso.
De fato, é difícil para o paciente
lidar com as queixas de pessoas mais próximas, já que ele não consegue provar a
doença por meio de exames, radiografias etc. O relacionamento tende a piorar
ainda mais quando há dias em que o indivíduo se mostra funcional e, nos
seguintes, sente dores e demais sintomas muito desconfortáveis.
Compilado:
https://noticias.r7.com/saude/fibromialgia-pode-afetar-relacionamentos-alerta-medico-12052013