
Tal como o provérbio africano: "O sol caminha devagar mas atravessa o mundo", assim tem sido minha vida após a descoberta da FM.
Sabemos que não é nada fácil viver uma vida imposta por limitações e abdicarmos de ideais, coisas que gostaríamos de fazer, desfazendo-se de objetivos profissionais ou pessoais. Deprime qualquer pessoa.
Quando se trata de DOR é complicado falar, cada um de nós tem um limiar diferente, uns sentem mais outros menos. Tem pessoas que se deprimem,a dor é tanta que leva ao esmorecimento, impossível ficar indiferente a algo que incomoda, alheia a vontade, está sempre conosco, fazendo lembrar o quanto a vida tornou-se um fardo pesado, muitos desistem, não conseguem prosseguir.
Limitando-se a viver um dia de cada vez, vou seguindo com a esperança de melhora. Tem dado certo! A cura ainda não acenou para nós, talvez, falte investimentos em pesquisa e vontade de dedicar-se a causa. Não tenho ido mais ao médico, desde dezembro de 2013. Tenho guardado algumas capsulas de Duloxetina, Miosan e Tylex (codeína) as quais desisti de vez de tomar. Intoxicar-se mais ainda, pra quê? Mesmo com remédios, a dor continuava. Aposentei-os na gaveta, e espero que fiquem por lá. Consultei apenas com um especialista, um reumatologista, o suficiente pra saber que não adianta buscar pelos médicos, será em vão, ao menos no momento. Não obtive grandes respostas, senão: acostume-se com a dor, tome os remédios e retorne em três meses. Bem assim, prático. Um vire-se, engula a realidade, enquanto a verdade, nocauteia. Se não és forte o bastante, deixas dominar pelo pessimismo, entregando-se as dores, sem desejar lutar para buscar alternativas de melhora. Toma os remédios, as bombas alopáticas e seja o que Deus quiser. Deve ser assim: Não tome remédios e sejas o que quiseres!Possível? Sim, não é fácil e nem todos suportam. O começo sempre é difícil, com garra e persistência, vai longe. Será que temos algo a perder tentando?
Passei por um momento de tanta dor, que não desejava viver. Nem o derivado da morfina adiantava. Parecia que estava enlouquecendo, a dor era muita. Nesse momento, tinha parado de tomar todos os remédios, e começando a mudar de tratamento para a Lemeterapia, as massagens, que fizeram com que tivesse melhora do quadro, o qual mantenho, tendo disciplina, observando certas restrições, pois as teremos enquanto não descobrirem a cura, nada sério que impeças de levar uma vida aparentemente "normal". Tem dias que praticamente não dói, outros, sinto um pouco de dor, nada que cause um desconforto maior ou impossibilite de realizar as tarefas diárias. Tinha trancado a faculdade, agora retorno a ativa com o seguinte pensamento: Devagar e sempre. Melhor do que ter os sonhos frustrados e interrompidos. Talvez não seja como gostaria que fosse, ainda assim, na ativa, permitindo sonhar com objetivos profissionais, isso faz bem, alimenta a alma, o emocional, dá forças, reergue.
Sempre gostei de me ver guerreira, porque de fracassados o mundo está cheio, não pela doença, por outras coisas. Devem estar pensando, "parece fácil, mas não é". Sim, não é, mas não nascemos prontos. A cada dia se faz necessário uma nova conquista, um desafio, mesmo que esse seja nós mesmos. O importante é querer viver e vencer. Vencer superando obstáculos, o medo e a si mesmo. Desistir não faz parte do meu dicionário. Lutar pelas coisas as quais acreditamos é a maior e melhor motivação que podemos ter para continuarmos firmes e fortes em nosso projeto de vida. Estar em companhia das pessoas que amamos, que nos fazem bem, só aumentam as perspectivas de termos apoio e um abraço para acalentar os anseios. Há... abraço, uma delícia que não abro mão! Adoro!!!
E assim vou, vivendo um dia de cada vez. Espero muito que também o façam, e que consigam superar os obstáculos, desafiando-se! Tente e reinvente-se. Basta querer e acreditar, e como a Fênix, renascer das cinzas.
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