
O desencadear da síndrome, em cada pessoa, se dá de alguma forma. No meu caso em particular, acredito que tenha sido após um acontecimento traumático e estressante, um assalto a mão armada. Nada mais humilhante do que ver seu carro sendo roubado, na sua frente, e não poder reagir para não ser morto. Apenas fiquei inerte, parada, observando os dois homens conduzindo o carro. Uma sensação que não desejo a ninguém, de impotência, abuso, de ter o patrimônio roubado, embora tenha sido preservado o maior, a vida. Quem já sofreu este tipo de violência sabe. Esses indivíduos, que mais tarde fiquei sabendo que foram presos, se já não estão aí novamente, soltos, levaram não somente um carro, mas a minha saúde. Daquele momento em diante, passei a ter dores de cabeça diárias, o que não acontecia antes. Intensa e difícil de tratar, acabei consultando com um neurologista, que prescreveu um tratamento, e com a medicação, melhorei, mas a dor passou a ser minha companheira eventual. Após o diagnóstico da crise de enxaqueca, passei a ter problemas de memória, esquecendo coisas recentes. Fiquei muito preocupada, e novamente, fui ao médico, que prescreveu vitaminas.
O tempo foi passando, e 4 meses depois, as sequelas do trauma emocional foram se tornando mais precisas e diárias, mas ainda não sabia do que se tratava. Passei a ter muito cansaço e dores no corpo. Como faço faculdade, foi complicado, pois tinha dias que não tinha condições de ir a aula devido ao cansaço. Pensei que estava com uma virose e fiquei quase um mês, maior parte do tempo, prostrada no sofá, com dores generalizadas pelo corpo e muito cansaço, fazendo contraturas involuntárias no pescoço. Foi então que decidi procurar um reumatologista. Fiz vários exames, e o médico diagnosticou fibromialgia, me deixando claro, que a síndrome é incurável (por enquanto). Uma reviravolta na minha vida, na forma de encará-la. Fiquei abatida no começo, pensando como seria a progressão das dores, como faria. O médico me receitou medicação, a duloxetina e o miosan, e sugeriu a prática de atividade física, no mínimo, três vezes por semana. No começo, tava indo bem, até a medicação apresentar efeitos colaterais, e o meu sofrimento parecia duplicar. Fiquei depressiva por alguns dias, mas sempre pensando em superar. Até que chegou um momento que resolvi desistir da medicação e procurar tratamentos alternativos. Como pesquisava na internet, encontrei o Instituto Leme, e na minha cidade Porto Alegre tem uma filial, quando passei a fazer tratamento. O tratamento me ajudou bastante, me sinto bem melhor. Mas as coisas não são tão fáceis, pois mesmo fazendo um tratamento, deve seguir a risca uma série de cuidados como não carregar peso (acima de 3kg), evitar ficar na mesma posição por muito tempo, fazer exercício físico no mínimo 3 vezes por semana com acompanhamento profissional, ter uma dieta saudável e rica em vitaminas e proteínas, ter saúde emocional, ou seja, livrar-se de ambientes poluídos, barulhentos e estressantes. Ter uma vida regrada e disciplinada para obter o máximo da qualidade de vida.
Tenho um exemplo de vida na família, meu pai. Sempre demonstrou muita força de vontade e grande espiritualidade, que o transformaram em uma pessoa incomum e vencedora. Uma pessoa de alto astral, que sempre tem uma palavra de incentivo pra dar, um bom conselho e um sorriso amigo. Com muita garra e determinação, superou todos os entraves da vida. Sempre foi um abençoado. Atualmente com 77 anos, gozando de saúde perfeita, cuida bem do corpo, mente e espírito. Sempre de bem com a vida! Na força desse exemplo maravilhoso, procuro seguir sempre confiante, procurando superar os obstáculos, acreditando sempre na superação, e no cuidado "vital" com a saúde emocional, física e espiritual.
A cada manhã pense que será um dia melhor que ontem. Sabemos que não é nada fácil, pois nos entendemos mutuamente. Um FM entende outro. A gente sabe o que vai nas entrelinhas, no aperto no peito, a sensação de estarmos sós, por algum momento, desacreditados, esquecidos pela ciência, a mercê de todas as formas alternativas de melhora da saúde, as quais abraçamos com fé. Apesar de termos os métodos alternativos de tratamento, ainda não é a tão sonhada cura.
Todo dia aprendo algo novo, o qual compartilho, pois acho que assim poderemos sempre nos ajudar!
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